Ler é divertido
TUDO DE PERNAS PARA O AR
Numa noite escura, escura,
o sol brilhava no céu.
Subi pela rua abaixo,
vestido de corpo ao léu.
Fui cair dentro de um poço
mais alto que a chaminé,
vi peixes a beber pão,
rãs a comerem café.
Construi a minha casa
com o telhado no chão
e a porta bem no cimo
para lá entrar de avião.
Na escola daquela terra
ensinavam trinta burros.
O professor aprendia
a dar coices e dar zurros.
SE A PANELA TEM ASAS
Se a panela tem asas
decerto pode voar.
Ai, minha rica sopinha
onde irá ela parar?
Hei-de comprar uns sapatos
para os pés da minha cama.
Por andar sempre descalça
toda a noite ela reclama.
As costas desta cadeira
estão cheias de comichão.
Ó cadeira, não te coces,
que me atiras ao chão.
Luísa Ducla Soares, Poemas da Mentira e da Verdade
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